terça-feira, 22 de junho de 2010

A dor dos seus olhos

                                                                                                                     Foto por: Paraíso Niilista


Olhei a dor estampada em um rosto.
Em olhos calmos e simples
Dor, eu a vi.

Ela me sorriu
Eu retribui
Mas sorrisos nem sempre são o melhor modo de calar
Calar a dor.
Ela é silenciosa, chega em passos cinzentos
Transformando tudo em cinza.
Mudando o cenário. Alterando as cores.
Companheira da solidão,
Diga-me porque és sempre silenciosa?
E com seu silêncio apague toda a gritaria
Derrube toda a tristeza dessas garrafas vazias,
Acalme essas minhas palavras tristes.
O reflexo das águas está comigo, agora.
O que deverei fazer? Oh! São águas passadas!
Que escorrem pelo meu pulso.
Sou toda a transparência do escuro.
Toda a sua dor, está comigo, desde que te vi.
Não foi sua culpa.
Tudo é mais fácil, quando compartilhado...
Ela chegou em uma ponte quebrada
Abandonada! Solitária!
Aprisionada;
E pelos seus olhos, vejo todos os nosso túmulos
Os nossos, os deles. Aqueles...

Olhei a dor estampada naquele rosto triste
Olhei a dor estampada naqueles olhos cansados
Pedindo ajuda,
Clamando “socorro, me ajude!”
E não pude fazer nada.

Espelho, espelho, espelho meu...

Nenhum comentário: